A quase um mês desse dia tão fofo que é o Natal, participo na campanha do Banco Alimentar.
A porta automática abre-se e vejo um congolês com um 1.90, calças da tropa e Duffy preto, um boné meio sujo, mãos calejadas com unhas compridas e um franco mau aspecto.
“Quer contribuir para o Banco Alimentar contra a Fome?” – pergunto eu com voz trémula, preparada a qualquer momento para levar com um pau no lombo e fugir a sete pés.
O congolês, que vinha a fumar o seu cigarro, puxa o saco com força, dirige-se ao caixote do lixo e com um gesto brusco apaga a beata.
Passados 10 minutos sai com dois sacos numa mão e uma prenda pequenina na outra. Deposita os sacos no carrinho do Banco Alimentar e enfia a prenda no bolso.
Sai do Continente de Alfragide com as mãos completamente vazias.
6 pacotes de leite, uma garrafa de azeite e 3 kgs de arroz.
Serviu-me a lição.
Preconceituosa!
Quem vê caras não imagina o que trazem as mãos.
Ah pois é…. Embrulha!
Mericrixtmax!
Eu por acaso costumo dar quando há estas campanhas do BA, mas irrita me, quando já estive num hipr e doei, e vou a outro e digo que já dei. Ficam nos a olhar de lado…
Básica,
ele está inscrito aí num centro social qualquer e aqueles litros de leite ainda lhe vão parar ao frigo no natal. no fundo fez compras para ele sem ter q levá-las para casa.
Casada,
és quase tão cruel como a 3 pestanas. estragaste-me o meu conto de natal!
E eu, com este bom aspecto todo que me é característico, só dei dois pacotes de arroz.
Tens razão. Temos muito para aprender.
É o que dá meterem católicos betos a ajudar os outros. Um cristão à séria convencia o preto a assaltar 4 ou 5 putos ricos no comboio e doar os proveitos para os ranhosos. Mas já é tarde para estar aqui a ensinar teologia. Amén.
Sempre ouvi dizer que quando um negro tem um cão magrinho, é porque passa mais fome do que ele. Grande é o coração africano…
PS: foi daqui que recebi uma proposta de franchising?