Já me casei várias vezes, representando sempre enquanto procuradora, o NOIVO. A primeira ia-me dando um treco de tanta emoção, com uma marchante da Bica (http://salsichanaotedesgraces.blogspot.com/2010/02/finalmente-caso-me.html). (Bolas, fui rever agora este post e recordei comentários tão ternurentos! Eu sou tão engraçada!)
Mas depois de alguns casamentos, agora é a despachar, que tempo é dinheiro e eu não gosto lá muito de casamentos pelo civil.
Desta vez, foi mágico. Tinha tido um filho há 25 dias. O Mundo era uma coisa esotérica e francamente inexplicável. Eu continuava na linha ténue de Mulher Puérpera e Vou Ter um Surto Psicótico a Qualquer Momento.
Marcaram a data do casamento, não era o melhor momento, mas eu queria o dinheiro, estava ansiosa por largar o recém-nascido por 2 horas de frenética liberdade, nem que fosse para ir à Fontes Pereira de Melo casar-me.
Mas se era para sair de casa e abandonar um bebé, então que fosse em grande! Finalmente larguei o pijama XXL (que me estava apertado), olhei para o armário, chorei, voltei a olhar. Saquei de um fato completo de corte recto e de um trench coat. Finalizei com uns ténis unissexo. Não arranjei o cabelo nem pus sequer um batôn. Eu era, assumidamente, uma mulher que se ia casar com outra mulher, e se alguém ia assumir a masculinidade, era eu.
Lá, encantada com tamanha liberdade, estrafeguei-a toda com beijos. As pessoas olhavam-nos, não percebi bem se pela suposta homossexualidade, se o horror por ela ser uma guineense linda, de pele lustrosa, toda sexy nos saltos altos e eu uma gordalhufa de tez amarela e mamilos dolorosos, com dísticos de algodão no soutien.
#LGBT4EVER
#AdoroCasamentos
#RGNeventos
#Porconoespeto
Estás a planear ficar com 50% nos divórcios?
Acho perfeitamente justo.