Minha Cara,
Naquela tarde, em que eu estava a estudar no El Corte Inglés, a seguir ao almoço, na zona da restauração, e durante a qual me deitaste olhares de desejo, com laivos de admiração e salpicados de romance, os quais, manifestamente, fingi não ver; deixou-me a pensar: o que viste em mim?
Para além do meu evidente charme a manusear com destreza o Código da Estrada, claro. E do decote revelador de um colo imaculado. E do meu sorriso terno e complacente. E das minhas mãos esguias e unhas simetricamente perfeitas. Enfim. O apelo que eu quero lançar é tão somente este: Lembra-te das minhas qualidades pertubadoras, redige-las num português irrepreensível e certifica-as no notário (há aqui um na Duque de Loulé). Depois manda-me o documento para eu dar ao Gonçalo e a todos os meus amigos. como prenda de anos e/ou de aniversário. Obrigada|
Também vou fazer isso, sim senhora…