Jesus revisitado num Congolês

A quase um mês desse dia tão fofo que é o Natal, participo na campanha do Banco Alimentar.

A porta automática abre-se e vejo um congolês com um 1.90, calças da tropa e Duffy preto, um boné meio sujo, mãos calejadas com unhas compridas e um franco mau aspecto.

“Quer contribuir para o Banco Alimentar contra a Fome?” – pergunto eu com voz trémula, preparada a qualquer momento para levar com um pau no lombo e fugir a sete pés.

O congolês, que vinha a fumar o seu cigarro, puxa o saco com força, dirige-se ao caixote do lixo e com um gesto brusco apaga a beata.

Passados 10 minutos sai com dois sacos numa mão e uma prenda pequenina na outra. Deposita os sacos no carrinho do Banco Alimentar e enfia a prenda no bolso.
Sai do Continente de Alfragide com as mãos completamente vazias.

6 pacotes de leite, uma garrafa de azeite e 3 kgs de arroz.

Serviu-me a lição.

Partilha-me toda, eu gosto

8 comentários em “Jesus revisitado num Congolês

  1. Eu por acaso costumo dar quando há estas campanhas do BA, mas irrita me, quando já estive num hipr e doei, e vou a outro e digo que já dei. Ficam nos a olhar de lado…

  2. Básica,

    ele está inscrito aí num centro social qualquer e aqueles litros de leite ainda lhe vão parar ao frigo no natal. no fundo fez compras para ele sem ter q levá-las para casa.

  3. É o que dá meterem católicos betos a ajudar os outros. Um cristão à séria convencia o preto a assaltar 4 ou 5 putos ricos no comboio e doar os proveitos para os ranhosos. Mas já é tarde para estar aqui a ensinar teologia. Amén.

  4. Sempre ouvi dizer que quando um negro tem um cão magrinho, é porque passa mais fome do que ele. Grande é o coração africano…

    PS: foi daqui que recebi uma proposta de franchising?

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