História não-profissional mas que invarialmente mete ladrões

Ontem, sexta-feira, um idiota de um ladrão assaltou-me o carro que estava estacionado mesmo junto à PJ. Fora o pormenor do objecto furtado (o computador portátil do meu colega e amigo cego José), a situação foi de uma intensa e giríssima emoção.

1.º saimos os 2 (eu e o José) das instalações da PJ para regressarmos à viatura;
2.º regressámos e observámos (mais eu) que a pasta do portátil que estava brilhantemente escondida debaixo do banco do condutor, está agora vazia em cima do banco;
3.º lançámos impropérios contra os cabrões dos ladrões e dos advogados deles e regressámos indignados à Pj;
4.º Amena cavaqueira com os inspectores do piquete que se queixam também dos cabrões dos ladrões e dos advogados deles;
5.º José tem a peregrina ideia de dizer que eu fui a advogada do ladrão que assaltou a PJ;
6.º Silêncio inicial mas, para meu alívio, risota pegada;
7.º Eu, não querendo ficar atrás, tenho a peregrina ideia de contar que o José foi advogado de um ladrão que limpou 50 euros ao inspector que o tinha detido dizendo-lhe “se eu já não almoço, tu também não“;
8.º Risada no piso inteiro: inspectores do piquete, seguranças e mulheres da limpeza.

Até que..

9.º Dizem-me que o meu veículo vai ser submetido a exame lofoscópico e de vestígios biológicos;
10.º Fico mortificada de vergonha só de pensar nos vestígios que devem estar escondidos naqueles bancos, mas não tenho alternativa senão entregar-lhes as chaves;
11.º Informam-me que encontraram impressões digitais muito nítidas, no vidro da frente na parte de dentro;
13.º Rezo interiormente para que não sejam as minhas patinhas nalguma noite de amor tresloucado;
14.º Tiram-me as impressões digitais, não coincidem. (alívio)

Às nove da noite voltamos finalmente para o carro, eis quando o José diz-me que o ladrão é muito estúpido, não levou o objecto mais valioso…

– Então? – perguntei eu
– A minha bengala de infra-vermelhos que vibra e fala. Vale mais de 1500€!

Pensámos ao mesmo tempo no mercado negro dos amblíopes e rimos noite fora.

Partilha-me toda, eu gosto

13 comentários em “História não-profissional mas que invarialmente mete ladrões

  1. Não sei até que ponto o facto de não terem encontrado as tuas impressões digitais no vidro do carro abona muito a teu favor…especialmente depois de teres confessado os actos tresloucados que já lá praticaste 😛

  2. Deve ser difícil encontrar alguém que não se desmande contra os cabrões dos ladrões e dos advogados deles (cabrões dos ladrões e os advogados deles incluidos) ;).

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