A Minha Traveca

Infelizmente nem todos percebem o tipo de humor (palerma ou não) que se faz aqui. Sei que andam por aí umas almas que acham que não gosto de homossexuais e que gozo com transexuais.
Não é verdade. As histórias que aqui conto acontecem precisamente porque me DOU COM ELES e faço questão de estar presente na vida de quem gosto. Eu trato os transexuais com quem me dou por TRAVECAS, o meu namorado por Suga Pilas e os gays amigos por Abafadores de Palhinhas porque os tenho no coração. Os preconceitos são das pessoas que se levam tão a sério e, Meu Deus, como eu tenho medo dessa gente que se tem em tão grande conta. MANQUEM-SE.


Fui beber um cafezinho com a minha Traveca Preferida –  (um dentinho só, dois metros, um toutiço, lembram-se?..uma espécie de Luisão ainda sem cirurgia de redesignação sexual), que entretanto já saiu da prisão e infelizmente recaiu no vício,

Cafezinho esse que culminou numa ida às compras no Pingo Doce que me deixou quase a zeros porque eu não sei dizer não a uma pessoa que sei que não come (aliás, por acaso até consegui verbalizar um rotundo NÃO, quando por entre pacotes de leite e cereais de chocolate, aquela aproveitadora me pediu um aparelho de TDT e ainda uma base da Maybelline de 18 euros para esconder aquela barba!).

Enfim, conversa puxa conversa – adianto-vos já que, à parte de ela não se mancar que é uma traveca muito feia, é no entanto, uma mulher muito, mas muito inteligente (O problema dela é mesmo a droga, e para a ter faz de tudo. De tudo mesmo, mas isso ficará para outro post).

No meio desse café, ela conta-me como foi presa pela 1ª vez. E eu fiquei chocada quando ela me fala em Roubo. Não era suposto a minha amiga Roubar mas sim Furtar, ou seja, sem violência. Contou-me ela e JURO, MAS JURO MESMO, TUDO VERDADE!:

Trav – ” A Susana, sabe como é, quando ficamos com um cliente fixo que gosta de nós é como se saísse a lotaria né? Então eu comecei a ir com um senhor todo fino que até tinha um cargo importante, que andava numa cadeira de rodas, e e eu até pensava que era paraplégico mas depois  logo na 2ª noite fomos para o motel, eu fui à casa de banho e deixei-o na cadeira de rodas, pensando que ele ia balançar as pernas e ficar deitado e quietinho em cima da cama


Susana, qual não é o meu susto quando regressei  e ele ESTAVA DE PÉ, com o tronco peludo e 2 cotos a esbracejar!  ai amor, que grande susto que eu apanhei que até me ia dando um ataque!

Bem, quer dizer, o senhor lá tinha umas pernas de plástico, ao princípio deu-me um nojo mas passado uns tempos habituei-me e até nem desgostava dele, a verdade é que era um homem muito amável que se preocupava comigo. (eu ainda estava a limpar as lágrimas dos gestos que ela fez para demonstrar os cotos a barbatear)

O pior é que eu já dava na branca, e precisava mesmo de dinheiro, na altura tinha um namorado que me começou a dar ideias, para eu assaltar a casa do velho, e eu sempre a dizer que não, porque ele até pagava bem, e não valia a pena arranjar confusão, até que um dia ele me convenceu.
Bem, E o que eu fiz deu-me 5 anos de cana.


Choca-me… – disse eu

Uma das noites, ele levou-me para casa dele, estávamos na cama, na brincadeira, então ganhei coragem, amarrei-o à cama, e roubei-lhe tudo o que tinha. Ficou ainda lá umas horas atado.


Que horror! coitado do velho! – gritei


Bem, amarrá-lo à cama, bem, isso também não é assim tão grave! Ele gritava muito, mas eu sempre a pensar no dinheiro, na altura eram seis mil contos, eu estava pensar ir para a Suíça…,  O pior foi que … (e escondeu a cara por entre os guardanapos que tinha no soutien  a fazer de mamas) o pior foi que eu deixei-o amarrado e ainda por cima… ROUBEI-LHE AS PERNAS E ESCONDI-AS!


MEU DEUS! – lancei horrorizada


Pois… quer dizer, com a confusão, eu queria esconder-lhe as perninhas para ele depois não fugir, mas  até acabei por levar uma comigo, depois ele lá se libertou dos atacadores, arrastou-se para o telefone e chamou a Judiciária.


  Fui apanhada no Conde Redondo. Nunca imaginei que ele tivesse coragem de fazer queixa, foi uma vergonha para ele! E na Boa-Hora, enfim, levei com os 5 anos por roubo”. – concluiu ela, com o ar mais natural deste mundo (enfim, o mais natural que lhe é possível, se nos abstrairmos da imagem de um Luisão com um top de licra e micro-saia a roçar-lhe as bordas do rabo)


5 (cinco) anos de prisão. Para ela foi duro, para o senhor foi um escândalo, para mim deu-me uma história que eu nunca hei-de esquecer. O raio da traveca é tão esperta, só é pena é que com a droga lhe dê para o mal…

E TDT.. sinceramente, que mulher tão abusada!!!

Partilha-me toda, eu gosto

10 comentários em “A Minha Traveca

  1. Já me ri tanto no trabalho que uma colega entrou de rompante no gabinete a pensar que eu estava a chorar.

    Bolas! Nem imaginas como u imagino a tua traveca favorita.

  2. a crise é grande mas é nossa…ou vossa …
    ou tua..
    que a crise ande com o instrumento em baixo ou se vista de matrafona sempre é uma crise poupadinha…ou cousa assis…

  3. Oi, li alguns posts do seu blog e achei muito interessante,com certeza você tem potencial, vi que você é uma pessoa esforçada que só quer falar e ser ouvida na blogosfera, assim como eu. Posso dizer que gostei muito do que li, sei que será um grande blog pois é de fácil entendimento e o conteúdo é gostoso de ler. Sou Luciana Shirley do blog coisasecoisasdalu.blogspot.com.br/ se desejar me visite e siga, mas só se gostar, eu vou retribuir seguindo também o seu.

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