Outra vez o autocarro

Eu e os autocarros…Devo advertir que esta história é verídica embora claro, e como não podia deixar de ser, salpicada de alguns devaneios imaginativos, mas não muitos (ok, alguns, verão quais são, certamente).

Ia hoje na malfadada 144, atolada de livros gigantes, quando me resolvo a depô-los no banco vazio ao meu lado.

Depois de passar ali num bairro manhoso ao pé de Alfragide, penso que o Bairro do Zambujal, e após terem entrado no autocarro algumas pessoas com um ar mais suspeito,

o motorista faz uma curva apertada e os meus livros escorregam para o chão.

Devo antes de mais recordar que eram livros bem grandes, nomeadamente um Código de Processo Civil anotado, com o heróico número de 800 páginas que,

quando caiu ao chão, fez um barulho seco, um baque sonoro que se ouviu quase na Cruz de Pau.

Um nano segundo depois, o motorista encosta o autocarro e, sem se virar para trás, leva as mãos ao ar, em jeito de rendição.

Está tudo no mais pleno silêncio. Os passageiros entreolham-se, pensando que o motorista endoideceu de vez.

E só então percebo que ele pensa que os guineenses recém-entrados estão a fazer um saque audacioso ao cofrezinho dos bilhetes.

Pigarreio como quem não quer a coisa, tusso com bocadinho mais de força e, finalmente e a tremer, o motorista vira-se para nós.

Então vê o livro caído na coxia e percebe tudo. Lança um olhar cruel aos passageiros.

Não tenho muito por onde escapar. Para além dos 3 guineenses com o ar homicida, só estão 2 velhitos fofos mas que, infelizmente, têm cara de nem de saber ler a cartilha infantil quanto mais um código anotado.

Resto eu. Esboço um sorriso amarelo e, em biquinhos de pés vou buscar o livro, acenando com a mão como quem diz “não se aflija, já o tenho”.

O homem, ainda a cambalear, vai-se apoiando nos assentos até finalmente se sentar de novo. Respira fundo, massaja as fontes, e, após um compasso de espera de 3 minutos arranca novamente.

Eu olho para os guineenses em jeito de cumplicidade à laia de “estes motoristas…fazem tudo para não chegar a horas!”

Os guineenses homicidas..lançaram-me um olhar de desprezo e vaticinei uma chacina eminente.

Saí escoltada pelos casal idoso, enquanto de dentro do autocarro os pretinhos me ameaçavam de punho fechado.

Com dizia a minha catequista do 9.º volume: CAGUEI E ANDEI!

Se bem que isto melhor se aplicaria ao motorista.

Partilha-me toda, eu gosto

2 comentários em “Outra vez o autocarro

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