No fim de semana passado, a nossa associação dos miúdos participou numa corrida de carrinhos de rolamentos. O nosso carro era um portento, consistente numa tábua de um roupeiro, com duas cordas a fazer de volante e um pau colado a uma roda de borracha a servir de travão (- somos assim, sempre preocupados com os mínimos pormenores).
A corrida foi numa rua íngreme aqui da terra, cortada ao trânsito e repleta de pessoas e fardos de palha nas valetas. E eis que ela se inicia.O nosso carrinho foi logo o primeiro. Começou muito bem, com uma saída numa bisga incalculável.
O nosso condutor era um dos miúdos, um pré-adolescente de 11 anos – que tinha ameçado de morte todos os colegas da associação caso não fosse ele a conduzir a viatura – que sorria vitorioso enquanto a sua carapinha esvoaçava por fora do capacete.
Desolador foi depois, quando a meio da rua o carro perde a força e fica por ali a marinar ao pé de uns caixote do lixo.
As pessoas que antes aplaudiam, riam-se agora de dedo em riste. A criança, envergonhada, choramingava agarrado ao pau do travão, tentando pateticamente balancear de novo o carrinho com os seus ténis mais que rotos.
Entretanto os outros miúdos do grupo, com o instinto vingativo ao rubro resolvem aplicar-lhe um vigoroso pontapé nas costas e a criança, morta de susto com as mãozitas a raspar no asfalto lança-se novamente na corrida e acaba por terminá-la em tempo recorde.
Ficámos em último lugar, desclassificados por batotice.O cenário? Enternecedor, com o condutor choroso a soprar nas mãos esfoladas e os outros miúdos todos a cuspir asneiras em crioulo.
é que é mesmo isto, afinal, a beleza de ser criança…
Saudades, muitas.
Ser criançaé ser isso mesmo…cruel!
Ainda bem que voltaste.
Pura e simplesmente lindo…
Que saudades dos carrinhos de rolamentos!!!!
Tenho um assim preso numa jaula. Sempre que o vou alimentar tenho que lhe dar com um pau, não pela pedagogia da medida mas apenas para gozo pessoal.
Que bonito post 🙂
Imensas…
Não sei mesmo, o que fazer
Pois sei que não queres saber
Mas sei o meu querer
Vou fazer tudo, para não te perder.
Nunca te ganhei
Pois nunca te agarrei,
Mas tua mão segurei
E teus lábios eu beijei.
E quero voltar a provar
Esse quente que é o teu ar
Quero voltar a voar
E com magia, acreditar.
Vou-me aproximar
Com cuidado e devagar
Vou tentar não ser
O anormal que não queres vêr.
Devagar é complicado
Pequena espera é demasiado
Vou precisar de correr
Acabou o tempo de sofrer.
Ele só vai acabar
Quando teu corpo me tocar,
Ele só vai acabar
Quando tua voz me iluminar.
HEHEHEHEH, belos tempos! Gostava tanto desses pontapés e rasteiras que ainda hoje os pratico!
AR
antonioraminhos.blogspot.com
Tenho cada vez mais a certeza que não tive uma infancia minimamente interessante. Nunca fiz uma bodega dum carrinho de rolamentos. Nem sei o que são. E se eu já sou assim, imagino como será a geração dos pukamons e etcetramons e o catano.
Vá lá que eu enquanto criança ainda participei em festivos jogos de arremesso de calhaus mas mesmo assim…
Carrinhos de rolamentos… nunca tive coragem de andar num.
Mas os rapazes, isso é que era… e se a ladeira era íngreme.
Há uns anitos, poucos, os miúdos da minha aldeia fizeram um e ofereceram aos meus sobrinhos.
Nem lhe mexeram!
A malta, armada em adultos, começou logo a desfiar um sem fim de prováveis acidentes.
Está lá, encostado a uma parede!
Lindo, pintado de vermelho, à espera que alguém queira esborrachar-se ladeira abaixo.
Anónimo as tuas rimas são assim a atirar para o menino do post… POBRES!!!!
Já Reparaste o quanto dificil é rimar um verbo com um verbo????
LOOOOSER
Susana mais um belo post!
tens saudades de em criança já andares a levar nessa rata porca dos pretos da tua rua?
e ainda por cima não cobravas guito…
Fico verdadeiramente comovida com os comentários que me agraciam.obrigada!
Porque não vens ter comigo?
Sabes bem, tens aqui um amigo
Pois não me deixas aproximar
Fico com vontade de chorar!
Viva Susana.
Andava a pesquisar sobre a Escola Superior de Cinema e Teatro quando me deparei com um texto que me causou alguma estranheza. De início pensei tratar-se de uma brincadeira, “uma provocaçãozinha a um amigo ou qualquer coisa desse tipo”, disse para mim. Porém, depois de o ler melhor percebi que não era a brincar, e não sei bem porquê, continuei no teu blog.
Fiquei terrivelmente perturbado por pensar que há quem te “oiça”. Que há quem espere pelas tuas palavras. O teu discurso podia ser considerado perigoso se não se apresentasse TÃO vazio, se as tuas palavras não fossem TÃO desengonçadas, SE! SE! SE! Tantos “ses” desocultam a verdade das tuas manifestações, ou seja, o ZERO.
A tua tendência literária, que se inscreve numa “literatura de elevador” (dos antigos) não deixa que te levemos muito a sério, no entanto… fica cá dentro um “bichinho a morder”, talvez seja o “bichinho social”. E pergunto-me: Não vive nesta rapariga um mínimo de consciência social, pois não apresenta um pingo de humanidade quando se refere às PESSOAS. Quem lhe terá feito tanto mal? Porque odeia tanto a humanidade?
Intriga-me… inquieta-me… entristece-me pensar que PODEMOS um dia, não muito distante, SER, ou FICAR, “assim”… assim tão pequenos, tão enferrujados no que toca ao SENTIR.
Esta conversa pode-te parecer um lugar comum, mas lembremo-nos que foi também de lugares comuns que se formou a NOSSA tão rica civilização.
Seja o teu “pequeno universo” povoado por “pretos”, por “paneleiros”, por “cagões”, por polícias sem formação, por advogados-pseudo-moralistas-armados-ao-pingarelho, etecetera e tal, com tanto excesso nunca te afastarás daquilo que odeias. (Arrisco-me? TU?)
Abraços.
PS: Susana, desculpa não me identificar. Não o faço por medo que alguns dos que frequentam o teu blog me procurem e me atestem de porrada. Sinceramente, é de meter medo o vosso discurso. Cuidem-se ou “relax” ou mesmo “peace and love”, como dizem os freaks que VOCÊS tanto desdenham.
😉
Não me consigo para de rir com os teus posts!! A tua escrita é genial.:)
Senhor freak,
acho que não compreendeste bem o post e muito menos o contexto global deste blog. Ainda bem que para cada 3 freaks que não gostaram houve bastantes mais (quase todos do ESTC…actores, dramaturgia, cinema)que se entretiveram.
mas afinal, não posso ter a pretensão de me conseguir fazer entender a toda a gente. mas obrigada pela atenção, de qualquer forma.
Foram poucos os momentos
Mas não há esquecimentos
Poucos…, mas deliciosos
E muito fortes, e abondosos.
Ora em boleia,
Com a tua ideia
Com o teu ar felino
Eu me rendo, e alucino.
Como mordomo eu fui
Ao oriente te buscar
E ao de leve massagei
Toque suave.., delirei!
E na Praia das Maçãs
Te deixei, viva e sã
Resguardados da chuva,
Um beijo estavas a pedir
Mas mais uma vez
Me deixei dormir.
E como mordomo novamente
A Almada fui de repente
E outra vez no final
Te deixei ficar mal.
Ora em passeio
Com algum receio
No festival bloqueei
E nada aproveitei.
Momento falhou
Sei o que se passou
Muita vodka à mistura
Mas tua vontade, era pura.
Falavas de namorados
Não gosto de passados
E mergulhaste tua mão
No sitio da criação.
No regresso até roncaste(hihi)
Muito baixinho chamaste
O barulho não incomodava
Era um som que me embalava.
Ora em tua casa…
Abriste-me uma asa,
Te apresentaste de uma maneira
E eu não queria fazer asneira.
Caminhaste à minha frente
E de repente…, surpreendente!
Sem o ar fiquei
E naquele momento, suspirei.
E não vacilei
Mas o olhar não segurei
Estavas de costas a dançar
E eu comecei a suar.
Mini-disc para arranjar
E Bianca para escovar
Penteavas levemente
E eu subia…, suavemente.
E quando estavas a escrever a lista
Eu não consegui desviar a vista
Na cama estavas deitada
Momento certo, que facada!
Ora em situação triste
Tu apareceste e mentiste
Dizias que o outro é que era
Que te mexia como uma fera.
E eu calado fiquei
E ao carro te levei
Colocaste os oculos escuros
E eu senti-me em apuros.
Despedida normal
Seguiste em frente…, habitual
Mas quando para trás olhei
Parada tu estavas…, te desejei!
Ora em louca situação
Nas finanças, não disseste não
Mas levei uma chapada
Não doeu…, foi bem dada.
Mas o momento principal
Na velha Linda…, fenomenal
Acontecimento da minha vida
Que estava muito aborrecida.
Aquele momento aconteceu
O teu olhar me mordeu
Muita beleza para mim
Foi o que pensei, e não vi.
Em mim não acreditei
Fiquei medroso e vacilei
Falhei o seguinte encontro
E pensei que estava morto.
Mas tu quiseste me chamar
E em Belas me cativar
Um passeio no jardim
Me disseste.., eu vivo assim.
E aquele beijo único
Eu fugi como fosse o último
Estupidez da minha parte
Não soube utilizar a arte.
Ao telefone me chamaste amor
E eu calado…, fui um estupor
E quando na minha casa poisaste
Fui um burro, fui um desatre.
Podia ter acontecido
Não se passou, fiquei dorido
Estava feliz com aquele momento
Pior foi depois
Que grande sofrimento!
Beijo miuda!
Com tanto poeta que aqui anda até fiquei envergonhado de mandr o meu bitaite. Mas tinha a ver com controlo anti-doping…
Que saudades de andar de carrinho de rolamentos. ^^
Excelente post.
…viver um dos tempos mais belos desta vida.
Simples, natural e ternurento. Gostei…