Lua-de-mel

 
Em plena lua-de-mel, eu e Pedro vimos 7 filmes; repusemos o  sono e o amor – aproveitando a ausência de um bebé de 1 ano e meio, e eu ainda li sofregamente  “O Pintassilgo”, com 893 páginas, sim é verdade, prometo pela minha saúde-
 
Parte muito relevante desta aventura foi o dia em que
visitámos umas das maiores quedas de água da Europa, apesar de eu ter vertigens
quase idióticas (passo a ponte 25 de Abril quase sempre a chorar, só a olhar em
frente e a murmurar preces avulsas ).
 
Curiosamente, nesse sítio não senti muitas tonturas, até
porque o  eco me distraiu imenso ( os
ecos e o barulho forte da água, do fogo e do vento têm o condão de me alienar
totalmente).
 
Tirámos umas fotos para a posterioridade e eu,
distraidamente,  dei uns passinhos às arrecuas contemplando a magnificência
da paisagem.
 
Susana” – ouvi eu,
 
“Vamos tirar mais uma última foto, mas sentada. Pára, e senta-te
– ordenou o Pedro. Conheço o tom que não admite réplica. Sentei-me, pus o  telemóvel no chão e sorri, ternurenta.
 
Depois de me tirar a  fotografia , ele diz-me, com sangue-frio e num
tom calmo:
Estás a 1 metro de eu ficar viúvo. Não olhes para
trás, não te levantes, eu vou-te buscar
“.
 
Quando  vi a foto,  fiquei mal-disposta.
 
 
 
 
 
 
Depois do 1.º impacto, e de perceber que morrer é tão fácil,
olhei com atenção para a fotografia  e
disse ao Pedro:
 
“Bem, isto é que um formato de cara engraçado. Juro que
não sei se estou gira ou se estou cá com umas mandíbulas que pareço uma macaca”.
 
Susana, depois de uma experiência de quase-morte, isso
interessa
?” – censurou ele.
 
EU SABIA QUE PAREÇO UMA MACACA!! EU SABIA!!Ó MEU
DEUS!! ÉS CRUEL
!!”
 
Ele revirou os olhos. Ofereceu-me o resto do pacote dos Filipinos de
chocolate branco.
 
Ainda viva e a comer chocolate.  Não podia pedir mais.

Partilha-me toda, eu gosto

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