Ontem fui mais cedo para a faculdade e apanhei o autocarro das 16h15, uma hora antes que o habitual.
Entro no autocarro e eis quando senão me deparo com a figura imponente do condutor que me havia buzinado humilhantemente à frente da farmácia.
Ele sorriu docemente, compreensivo perante a minha condição clínica.
Eu também, e fui a mancar pela coxia fora, até me lembrar que, sendo manca, deveria era ter-me sentado logo nos primeiros bancos da frente (dooopp).
Entretanto estava lá a senhora do Instituto Óptico minha conhecia há anos (milhentos pares de óculos, e afinal estes eúltimos partidos pelos pés agigantados do meu irmão também sucumbiram, não há qualquer arranjo)e, cheia de pena, alto e bom som.
– ahhh!!, que é que lhe aconteceu filha?
e eu,sempre tão inventona, sem nada para dizer
– mas caíste? – insiste ela
e o condutor a olhar de esguelha pelo espelho
e eu a pensar: já não me posso divertir num acto isolado que logo uma cadeia de acontecimentos distintos entre si se interligam e me quebram este contentamento!
Lá esfarrapei uma desculpa, e tive que levar com comiserações efusivas da senhora até Alfragide.
Em Belém saio, e, com dificuldade, transponho os degraus até o passeio e aceno um vigoroso adeus ao condutor. Só quando o vejo fora do meu alcance é que desato a correr até à outra paragem, afinal ainda tinha que apanhar o 51 até ao fim da Rua da Junqueira!
Desta feita deixei muitos turistas curiosos, mesmo à frente dos Pastéis. Tenho que parar com as minhas charadas, qualquer dia quando visitar Amsterdão tenho que ir munida com um par de canadianas!
Oi. Só para dizer que tens mais uns fãs. Mostrei aos meus pais estas da farmácia e ficámos todos a rir durante um bom bocado!;)
Nunca pensaste em fazer stand-up commedy? lol! É que com estes posts terias audiência garantida!
Bjs
“…e aceno um vigoroso adeus ao condutor.” LOL és tão aldrabona !