Acordei de manhã e o Pedro estava de olhar vidrado, fixado em mim. Assustador…
” Credo, eu com esta cara de cu e ele a olhar para mim” – pensei inocentemente.
– “Susana, sabes o que disseste esta noite?” – inquiriu.
Medoooo, muito medoooo!!!!
É verdade que eu falo muito a dormir. E durmo bastante. Eu até acho que toda a gente fala mas, aparentemente, eu consigo ir do simples balbuciar com os olhos revirados de sono, para conversas completas e selectas, entrecortadas apenas por pequenos roncos devido ao meu desvio do septo nasal.
Já não é a primeira vez que o Pedro me consegue reproduzir o nosso diálogo sonâmbulo, e confesso que não me sinto muito à vontade porque naquele estado lastimável, o meu interlocutor consegue conduzir a conversa e perguntar coisas até níveis assustadores…
(Ele nunca me conseguiu tirar esqueletos do armário, mas sei que é uma
questão de tempo, mais uns 5 ou 6 anos e vou-me espalhar ao comprido).
questão de tempo, mais uns 5 ou 6 anos e vou-me espalhar ao comprido).
– “Sabes o que disseste?” – repetiu. Não percebi se ele estava nervoso ou apenas impaciente, mas como o Pedro é um ser praticamente robótico, sem emoções visíveis, fiquei em modo de hiper-ventilação.
“Que terei eu dito??? Pensa Susana, pensa!! O que fizeste nas ultimas 24 horas que te comprometesse? Ou 48 horas? Ai, pode ser até uma semana, um mês!! ARGHHHHHHHH PENSA!!!!!”
– “Não sei. O que é que eu disse?” –
desisti.
desisti.
– “Bem, ontem fui deitar-me e como te encolheste, perguntei se estava tudo bem …” – começou ele.
– “E eu disse o quê? (ahhh Nossa Senhora do Pranto ajudai-me nesta
hora ahhhhhh!)”
hora ahhhhhh!)”
“Tu disseste-me: DÓI-ME O PÉNIS!!!”
Credo.
“Mas não foi um simples “Dói-me o pénis” – continuou ele.” Foi mesmo com ímpeto e vivacidade. ” DÓI-ME O PÉNIS!!!! – ” imitou ele.
Até hoje dou voltas à cabeça.
1.º
– Por que raio me doeria o pénis?!
– Por que raio me doeria o pénis?!
2.º
– Por que motivo disse “pénis” em vez de de “picha” ou “mangalho”,
palavras que me são muito mais usuais??
– Por que motivo disse “pénis” em vez de de “picha” ou “mangalho”,
palavras que me são muito mais usuais??
Olhei-o receosa. Mas ele ainda não tinha acabado a minha imitação e já se tinha
escangalhado todo a rir na nossa cama.
escangalhado todo a rir na nossa cama.
Ufa, ainda bem que falei no meu (?!). Também nunca falaria de outro, porque não ando propriamente a ver pénis no meu quotidiano. Mas a realidade é que a dormir, o céu é o limite e caramba, se eu sonho, e muito!
“Dói-me o Pénis”, na minha humilde opinião, é simplesmente MUITO BOM. Palmas para mim própria.
Partilha-me toda, eu gosto
:))))) nada como passar por aqui
não só são as situações incríveis mas a forma incrível como consegues escrever sobre elas, Susana não te conheço, mas sou tua fã, és o máximo 🙂
Ahahahha eu sou sonâmbula! E digo coisas estranhas desse tipo. MAs se calhar nunca disse uma tão boa quanto essa!
Eu faço tudo a que tenho direito durante o sono: falar, ressonar (ou respirar alto, conforme já me foi dito :P), babar-me… you name it. Até há alguns testemunhos de sonambulismo de quando eu era "piquena". Mas… essa é nova. 🙂
Oh pah, o que me ri!!!! O Ricardo normalmente só me chama chata e diz q fazemos o que eu quiser se eu quiser…
Primeira gargalhada do dia (mais vale tarde do que nunca) 🙂
Terá ele percebido mal? Terá sido mesmo "dói-me"?
Redondinha, não me conheces mas já nos "falamos" há muito não? Meu Deus, espero que este "há" seja com "h".
Malta, foi "Dói-me o pénis". Continuo a remoer. E obrigada pelos comentários. Pelo Facebook é outra coisa, no blogue é tão mais fofinho.
acho que é sim 🙂