A verdade da mentira**

A associação a que pertenço convidou um conhecido grupo de hip hop, para animar uma tarde das nossas crianças, com cantigas, coreografias e sermão típico das boas práticas e costumes,
convite esse a que o grupo generosamente acedeu, em pleno período das férias pascais.

Antes da actuação (que se revelou o máximo e proporcionou uma tarde muito bem passada, que fez a miudagem delirar e gritar até ficarem roucos), um membro do grupo dirigiu-se a nós pedindo para tirar umas fotos.

– claro, claro – apressámo-nos nós a concordar, orgulhosos de aquele grupo querer uma recordação nossa associação.

– Ao fim e ao cabo também serve para a nossa própria publicidade… – reconheceu o famoso vocalista.– Sempre damos a conhecer uma outra vertente da banda, mais humana, percebes? Mais que trovadores urbanos somos pessoas com sentimentos e preocupações.

Um outro membro questionou:
– Vocês são muito conhecidos não são? Estivemos a pesquisar, têm casas nos Açores e na Madeira não têm? Ainda são umas 2 mil crianças, vivem mesmo nas casas da associação não é? – num misto de interesse e verdadeiro apreço.

Olhei para os 21 ranhosos amorosos que por ali pululavam. Lembrei-me das instalações concedidas com muito boa vontade mas simplesmente bafientas, numa das salas ligeiramente podres da paróquia.

Algo na minha cabeça piscava como um neón e me advertia “PERIGO, PERIGO, estes gajos acham que nós somos uma outra associação e se eu disser alguma coisa se calhar arrumam as trouxas

e bazam, bazam, e vão para casa, casa.

E eu, (abrindo a pestana tana) sorrio complacente: – Fazemos o que podemos…

Nunca uma mentira me soube tão bem.
Quer dizer, de certeza que já houve, mas por agora não me recordo.

Partilha-me toda, eu gosto

14 comentários em “A verdade da mentira**

  1. Bem que se lixaram! Olha-me os sacanas hein?
    Andaram a pesquisar na net antes de aceitarem o convite.
    Nada como notificar os jornalistas para que desmascarem esses mercenários quando informarem que estiveram a fazer x para uma associação que não é y.

    Tão humildes e caridosos que eles são…

  2. Opá eu não posso! Aqueles gajos disseram isso! Pois estou mesmo a ver só fizeram a actividade para promoção a pensar q iamos ter montes de jornalistas, etc. Bem s e lixaram… Ainda fomos nos oferecer os belos bolinhos da região…
    bjs andreia

  3. bolinhos da região… esta expressão só podia mesmo significar que estou em presença de cidadãos do meu querido concelho!
    Fui ver, eram fofos! (os bolos, que são bons, mas tal e qual como os outros doces do concelho, andam a ser falsificados)

  4. E se fosse a ti não fazia esforço para te lembrares. Esforço presente, fisico… Não digo que esforço omnipresente não seja actuador no bom sentido, mas não há nada, mas nada como um bom abraço. Já sei que vão dizer : WHAT A FUCK ARE YOU DOING? FUCK!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

  5. ah, Pedro AKA izz
    (não sei pq ás x apareço com o nome próprio, mas há de ter qq coisa a ver com a conta do gogle e a conta do blogger…)

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