Parece que tenho um problema, não obstante eu não ver isso como necessariamente mau.
Ao que consta, eu acho quase todas as pessoas do mundo parecidas comigo, especialmente as aparentemente menos afortunadas.
Vejo um prognata, pergunto se o queixo não é parecido.
Vejo um amblíope, pergunto se o olhar meio esgazeado não tem semelhanças.
Vejo uma rechonchuda de 215 Kgs, pergunto se as minhas coxas são mais magras.
O Pedro lá vai respondendo, penso que na maior parte das vezes nem se dá ao trabalho de olhar.Até ontem.
Estávamos a ver a Guerra dos Tronos. Perguntei-lhe a dada altura: “Não achas que esta pessoa dá ares de mim? Qualquer coisa na boca, ou nos dentes, não sei?..”
Pedro (Olhando para as duas babes, a rainha do cabelo prateado e a mulatinha que é a criada dela): Hein? Qual delas?
Eu: Aquele preto, o pirata. Tem ali qualquer coisa, parece-me na boca, não sei, acho que tem um sorriso franco.
Pedro (olhando para o bisonte que é o chefe dos piratas , um costa-marfinense de 2 toneladas): Pá.. sinceramente… nem sei que te diga. Olha, sim, és.
Sorri, tranquilizada. Com este sorriso franco que me caracteriza.
Partilha-me toda, eu gosto