O melhor que temos na vida é o riso. E nada rir como da desgraça alheia. Ou, em casos pontuais, da nossa.
Há 2 semanas, numa Via-Sacra algures no meio da Alemanha, com 500 pessoas que se expressavam em língua portuguesa, tive que fazer, inevitavelmente, chichi.
Tive a ideia brilhante de ir para o meio da mata, enquanto ao longe se entoava religiosamente o”Avé Maria, cheia de Graça..”
Quando vislumbrei um sítio menos deprimente, eu e a Zélia (sim, porque as meninas TÊM que ir mesmo aos pares), deparámo-nos com outra rapariga, com um ar muito aliviado (ar esse que imediatamente se transformou em pavor, quando nos viu). Com as cuecas pelos joelhos, tranquilizámo-la e garantimos que eu vinha para o mesmo.
Fiquei uns segundos acocorada, mas estava muito inibida.
Há que ver que a poucos metros estavam essas duas raparigas observando-mme de soslaio (sim, porque elas TAMBÉM foram aos pares), e uns 40 segundos de distância vinha um grupo de pessoas que cantavam alegremente e se dirigiam perigosamente para os meus lados.
Fiz força. fiz força. 10, 9, 8, 7,6, já os ouvia pertinho… – era muita pressão e o chichi recusava-se a sair.
Dando-me por vencida, tentei-me levantar, eis senão quando um golpe do destino foi fatal.
O meu (bonito/sensual) rabo descaiu ligeiramente para a direita e imediatamente se sentiu lesado. Por 3 valentes ramos de urtigas que me deixaram a lacrimejar e a amaldiçoar a minha sorte.
A Zélia riu-se muito, mas finalmente lá voltámos para a Via-Sacra. E bem rápido, tendo em atenção as circunstâncias tristes, porque esse grupo continuava a aproximar-se de uma maneira assustadora.
Claro que a partir desse minuto a minha vida virou o caos, porque eu pura e simplesmente PRECISAVA DE COÇAR O RABINHO (mais concretamente a nalga esquerda, mesmo por debaixo da borda, junto ao perineu), mas tinha 300 pessoas atrás de mim, muito angélicas e compenetradas, a louvar o Senhor, enquanto as minhas necessidades naquele momento se definiam como pragmáticas e bem definidas.
Lá tive algum respeito pelo momento e ia fingindo que estava a ajeitar as cuecas, suspirando de alívio sempre que alguma ponta de um dedo raspava lá de fininho.
Nunca tive tanta pena de ter cortado as unhas.
(Bem, também tive pena quando o corta-unhas ficou no aeroporto).
(mas isso são contas de outro rosário).
(que rezarei noutraVia-Sacra).
(de preferência com atenção, porque eu acho que nunca tinha blafesmado tanto num evento religioso como este).
Deus perdoará.
depois de um fartote de rir entre td o mundo c susana e as urtigas. ainda sem conseguir parar de rir cd vez que me lembro da historia contei a familia ca em casa (q estava anciosa por aventuras made in germany). Susana a minha mãe muito solidaria disse “coitadinha secalhar era de noite e ela n viu, n gozes q p proxima pod dar-te a ti vontade d fazer xixi”. e pronto la me calei.