Eu e o Pedro fomos passear à Quinta da Regaleira. Aquilo não começou lá muito bem, porque apesar de eu não estar de saltos altos, mas sim com umas confortáveis sabrinas (as quais odeio, pareço uma anã com sabrinas, aliás, pareço uma anã pré-obesa, (sem nada contra estas senhoras, claro).
Ainda assim, mesmo de sabrinas, ao fim de 2 minutos de subida eu estava fisicamente exausta. Depois de subir o que me pareceram ser as várias centenas degraus do Santuário de Lamego,
Chegámos a um lindo sítio, um lago esverdeado, com umas enormes pedras tipo nenúfares, que iam dar a uma misteriosa e escura gruta, que depois soube chamar-se “Gruta do Labirinto”.
Entreolhámo-nos.
Pedro:
-“ EU SEI QUE VAIS CAIR DENTRO DO LAGO, ainda assim queres tentar passar”?
-“ EU SEI QUE VAIS CAIR DENTRO DO LAGO, ainda assim queres tentar passar”?
Susana:
“ EU SEI QUE VOU CAIR. Vale a pena tentar?” – perguntei,
esperançada que ele me dissesse para darmos meia volta e irmos à nossa vida.
“ EU SEI QUE VOU CAIR. Vale a pena tentar?” – perguntei,
esperançada que ele me dissesse para darmos meia volta e irmos à nossa vida.
Pedro:
“Sim, claro. Por que não desafiar a Lei das Probabilidades?”
“Sim, claro. Por que não desafiar a Lei das Probabilidades?”
Fiquei calada. Olhámos ambos para a dezena de pessoas que saltitavam naquelas pedras. Pais com bebés a tiracolo, japoneses com material fotográfico no valor de milhares de euros, reformados gigantes da Dinamarca praticamente a andarem sobre o lago como Jesus, e TODOS chegaram
ao outro lado do lago, à tal gruta, sãos e salvos. TODOS.
ao outro lado do lago, à tal gruta, sãos e salvos. TODOS.
Pedro:
“Tenho a certeza que vais dar um tralho, de qualquer forma pode sempre haver uma variável aleatória que faça com que não caias”.
“Tenho a certeza que vais dar um tralho, de qualquer forma pode sempre haver uma variável aleatória que faça com que não caias”.
Olhei novamente para o lago. Vi uma senhora a passá-lo com um recém-nascido atado às costas. Bolas. Eu tinha que conseguir.
Primeiro foi o Pedro, que nem uma Leonor formosa e segura que vai à fonte.
Então eu arrisquei tudo. O lago era de um verde escuro, de tão alguento e peixoso que estava. O tempo parece que parou naquele minuto. Uma espécie de Matrix na Regaleira. Deixei de ouvir barulho, apenas o bater do meu coração.
E lá vou eu de sabrinas, um paquiderme a saltitar de nenúfar em
nenúfar. E depois… CHEGUEI À OUTRA MARGEM!
nenúfar. E depois… CHEGUEI À OUTRA MARGEM!
Já dentro da gruta, o Pedro abraçou-me com força, em silêncio e emocionado.
Eu era uma força da natureza, contra tudo e contra todos, e jamais alguém me
tiraria isso. Resolvi fotografar o lago para memória futura daquele momento.
Virei à direita na gruta e CAÍ DIRECTAMENTE NA MERDA DO LAGO!!!!!
tiraria isso. Resolvi fotografar o lago para memória futura daquele momento.
Virei à direita na gruta e CAÍ DIRECTAMENTE NA MERDA DO LAGO!!!!!
O Pedro foi lá buscar-me, eu morta de vergonha com algas que se entranharam até dentro das unhas dos pés.
E lá retomámos o caminho certo. O amor é isto. Ir com uma pessoa verde até à
cintura e achar perfeitamente normal, porque não se contraria a Lei das
Probabilidades.
cintura e achar perfeitamente normal, porque não se contraria a Lei das
Probabilidades.
Partilha-me toda, eu gosto
nunca mais vais esquecer o lago da quinta da regaleira…
já lá fui…e nem sequer me habilitei a por os pés nesses "nenúfares"…estava mesmo a ver como iria acabar!! hahaha