As aparências

Aqui há umas noites estava no carro e o namorado aponta para umas ervas e diz:

“Olha ali que grande ratazana”

Debruçada sobre a janela observando-a atentamente acrescento:

“Ai é enorme, parece um coelhinho”.

Silêncio. Ele numa voz compassiva,

– “Vês…”

O meu olhar tornou-se vítreo e fiquei pálida como um círio.
Tornei-me naquilo que abominei ser. Por segundos fui a menina bojuda da Torre de Belém a confundir um rato de esgoto com um adorável leporídeo. Mas caramba, a ratazana do outro post estava em plenas exéquias fúnebres, imóvel de pernas para o ar, esta avistei-a de soslaio pois fugiu num ápice por entre as couves!

Conclusão sumária:

A miúda era mesmo burra
e as ratazanas também
eu não
e coelhos são só para pendurar nas oliveiras de cabeça para baixo e fazer arroz na Páscoa.

Adoro cães

Partilha-me toda, eu gosto

13 comentários em “As aparências

  1. A ler sobre ratazanas e miudas de Belém… apenas uma questão me assalta a mente:

    Que andavas tu a fazer no carro com o namorado, num sitio com ervas onde se encontram “ratazanas”?

    Let me refrase that: Pq é que estando com namorado num sitio desses, tem “tempo” para olhar para fora do carro (e vidros desenbaciados) para olhar para ratazanas?

  2. Manuel,

    homem prevenido vale por não sei quantos. Minto mesmo muito, mas este post é integralmente verdadeiro.

    Estranho seria se eu tivesse que mentir para este episódio deprimente!*

  3. A maior surpresa vai acontecer quando finalmente revelares que és um homem barbudo, daí as tuas insinuações de homosexualidade.
    O “gajo do rabo” até vai espumar da boca…

    Tens sempre que vencer!

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